sexta-feira, 24 de junho de 2011

AS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS


Articulações dos Corpos Vertebrais  (A COLUNA VERTEBRAL)
Os corpos vertebrais estão unidos pelos ligamentos longitudinais anterior e posterior e pelos discos intervertebrais.
Ligamento Longitudinal Anterior - extenso e resistente feixe de fibras longitudinais que se estendem ao longo das faces anteriores dos corpos das vértebras do áxis (C2) até o sacro. Continua-se superiormente com o ligamento atlantoaxial anterior.

Ligamento Longitudinal Anterior
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Ligamento Longitudinal Posterior - localizado no canal vertebral, nas faces posteriores dos corpos vertebrais de áxis (C2) até o sacro. Continua-se superiormente com a membrana tectória.

Ligamento Longitudinal Posterior
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.




Disco Intervertebral

Localizam-se entre as faces adjacentes dos corpos das vértebras, do áxis (C2) até o osso sacro. Variam em forma, tamanho e espessura no trajeto da coluna vertebral. Os discos vertebrais constituem cerca de 1/4 do comprimento da coluna vertebral. Cada disco é constituido por um disco fibroso periférico composto por tecido fibrocartilaginoso, chamado ANEL FIBROSO; e uma substância interna, elástica e macia, chamada NÚCLEO PULPOSO. Os discos formam fortes articulações, permitem vários movimentos da coluna vertebral e absorvem os impactos.





Articulações dos Arcos Vertebrais
Cápsulas Articulares - são finas e frouxas e inseridas nas facetas articulares dos processos articulares adjacentes.
Ligamentos Amarelos - são ligamentos que unem as lâminas das vértebras adjacentes no canal vertebral de áxis (C2) até o primeiro segmento do sacro. Possui certa elasticidade que serve para preservar a postura vertical.

Ligamentos Amarelos
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Ligamento Nucal - é uma membrana fibrosa que estende-se da protuberância occipital externa até a 7ª vértebra cervical (C7).

Ligamento Nucal
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Ligamento Supra-espinhal - corda fibrosa e resistente que une os ápices dos processos espinhosos a partir da 7ª vértebra cervical (C7) até o sacro. É considerado uma continuação do ligamento nucal.
Ligamentos Interespinhais - finos e quase membranáceos, unem os processos espinhosos adjacentes.

Ligamentos Supra-espinhal e Interespinhal
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Ligamentos Intertransversários - estão interpostos entre os processos transversos.

Ligamento Intertransversal e Longitudinal Anterior
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Articulações Atlanto-Occipitais (C0 - C1)
Essa articulação é formada pelas seguintes estruturas:
Cápsulas Articulares - circundam os côndilos do occipital e as facetas articulares das massas laterais do atlas.
Membrana Atlanto-occipital Anterior - larga e de fibras densamente entrelaçadas une a margem anterior do forame magno com a borda superior do arco anterior do atlas.
Membrana Atlanto-occipital Posterior - é ampla e fina e está fixada na margem posterior do forame magno e à borda superior do arco posterior de atlas.
Ligamentos Atlanto-occipitais Laterais - são porções espessadas das cápsulas articulares reforçados por feixes de tecido fibroso e obliquamente dirigidos superior e medialmente. Inserem-se no processo jugular do osso occipital e na base do processo transverso do atlas.

Ligamentos Atlanto-Occipitais (C0 - C1)
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Ligamentos Occipito-Axiais (C0 - C2)
Essa articulação é formada pelas seguintes estruturas:
Membrana Tectórica - é uma faixa extensa e resistente que recobre o dente e seus ligamentos dentro do canal vertebral. É considerado o prolongamento do ligamento longitudinal posterior. Está inserido no corpo do áxis e superiormente no sulco basilar do occipital.
Ligamentos Alares - começam de cada lado do ápice do dente do áxis e inserem-se na parte medial rugosa dos côndilos do occipital.
Ligamento Apical do Dente - estende-se do ápice do dente do áxis até a margem posterior do forame magno, entre os ligamentos alares.

Ligamentos Occipito-Axiais (C0 - C2)
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Articulações Atlanto-Axiais (C1 - C2)
A articulação do atlas com o áxis compreende as seguintes estruturas:
Cápsulas Articulares - são delgadas e frouxas e unem as margens das massas laterais do atlas às da face articular posterior do áxis.
Ligamento Atlanto-axial Anterior - é uma membrana resistente, fixada na margem inferior do arco posterior do atlas e à face ventral do corpo do áxis.
Ligamento Atlanto-axial Posterior - é uma membrana fina e larga inserida na borda inferior do arco posterior do atlas e na margem superior das lâminas do áxis.
Ligamento Transverso do Atlas - é uma faixa espessa, resistente e arqueada que mantém o dente em contato com o arco anterior. Insere-se na parte basilar do occipital e na face posterior do corpo do áxis. O ligamento transverso do atlas junto com os fascículos longitudinais superior e inferior formam o ligamento cruciforme.

Ligamentos da Região Cervical Alta
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Articulações Costovertebrais
Essas articulações são divididas em duas partes:
 Articulação da cabeça da costela com o corpo vertebral;
 Articulação costotransversárica, onde o colo da costela articula com o processo transverso das vértebras torácicas.
Articulação da Cabeça da Costela – é uma articulação plana formada pela articulação da cabeça da costela com o corpo vertebral das vértebras torácicas. Os ligamentos dessa articulação são:
Cápsula Articular - é constituído por curtas e resistentes fibras unindo as cabeças das costelas às cavidades articulares formados pelas vértebras e discos intervertebrais.
Ligamento Radiado da Cabeça da Costela - une as partes anteriores das cabeças das costelas aos corpos de duas vértebras e seus discos intervertebrais. Consta de três fascículos achatados que se inserem na parte anterior da cabeça das costela.
Ligamento Intra-articular da Cabeça da Costela - é um feixe curto, achatado, inserido lateralmente na crista entre as facetas articulares e, medialmente, no disco intervertebral, dividindo a articulação (cada uma com sua membrana sinovial própria).

Ligamento Radiado
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Articulação Costotransversais - é a articulação entre a faceta articular do tubérculo da costela e o processo transverso da vértebra correspondente. É formada pelas seguintes estruturas:
Cápsula Articular - é fina e inserida na circunferência articular com um revestimento sinovial.
Ligamento Costotransversário Superior - insere-se na borda superior do colo da costela e no processo transverso da vértebra acima.
Ligamento Costotransversário Posterior - são fibras que se inserem no colo da costela e na base do processo transverso e borda lateral do processo articular da vértebra acima.
Ligamento do Colo da Costela - são curtas e resistentes fibras que unem o dorso do colo da costela com o processo transverso adjacente.
Ligamento do Tubérculo da Costela - é um fascículo curto, espesso e resistente que se dirige do ápice do processo transverso para a porção não articular do tubérculo da costela.

Ligamentos Costotransversários
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Articulações Esternocostais - as articulações das cartilagens das costelas verdadeiras com o esterno são articulações planas, com excessão da primeira que é uma sincondrose. Os elementos de conexão são:
Cápsula Articular - são fibras muito finas que circundam as articulações das cartilagens costais das costelas verdadeiras com o esterno.
Ligamento Esternocostal Radiado - feixes finos e radiados que se irradiam adas faces anterior e posterior das extremidades esternais das cartilagens das costelas verdadeiras.
Ligamento Esternocostal Intra-articular - constante apenas na segunda costela. Estende-se a partir da cartilagem da costela até a fibro cartilagem que une o manúbrio ao corpo do esterno.
Ligamento Costoxifóide - ligam as faces anterior e posterior da sétima costela às mesmas no processo xifóide.

Articulações Esternocostais
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Articulações Intercondrais - articulações entre as cartilagens costais.
Articulações Costocondrais - articulações entre as costelas e as cartilagens costais.
Articulações esternais:
 Manúbrio-esternal - entre o manúbrio e o corpo do esterno, é geralmente uma sínfise.
 Xifoesternal - entre o processo xifóide e o corpo do esterno, é geralmente uma sínfise.
Articulações Lombossacrais
São as articulações entre a 5ª vértebra lombar e o osso sacro. Seus corpos são unidos por uma sínfise, incluindo um disco intervertebral.
Ligamento Ileolombar – inserido na face ântero-inferior da 5ª vértebra lombar e irradia na pelve por meio de dois feixes: um inferior, o ligamento lombossacral que insere-se na face ântero-superior do sacro e um feixe superior, a inserção parcial do músculo quadrado do lombo, passando para a crista ilíaca anterior à articulação sacroilíaca, continuando acima com a fáscia toracolombar.

Ligamento Ileolombar
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Articulação Sacrococcígea
Esta é uma sínfise entre o ápice do sacro e a base do cóccix, unidos por um disco fibrocartilagíneo.
Ligamento Sacrococcígeo anterior - fibras irregulares que descem sobre as faces pélvicas tanto do sacro como do cóccix.
Ligamento Sacrococcígeo posterior - superficial passa da parte posterior da Quinta vértebra sacral par o dorso do cóccix.
Ligamento Sacrococcígeo lateral – liga um processo transverso do cóccix ao ângulo ínfero-lateral do osso sacro.
Ligamentos Intercornais – unem os cornos do sacro e do cóccix.

Articulação Sacrococcígea
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.









ARTICULAÇÕES  SINOVIAIS  (DIARTROSES)






As articulações sinoviais incluem a maioria das articulações do corpo. As superfícies ósseas são recobertas por cartilagem articular e unidas por ligamentos revestidos por membrana sinovial. A articulação pode ser dividida completamente ou incompletamente por um disco ou menisco articular cuja periferia se continua com a cápsula fibrosa, enquanto que suas faces livres são recobertas por membrana sinovial.
Classificação Funcional das Articulações
O movimento das articulações depende, essencialmente da forma das superfícies que entram em contato e dos meios de união que podem limita-lo. Na dependência destes fatores as articulações podem realizar movimentos de um, dois ou três eixos. Este é o critério adotado para classifica-las funcionalmente.
 Articulação Monoaxial - Quando uma articulação realiza movimentos apenas em torno de um eixo (1 grau de liberdade). As articulações que só permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são monoaxiais. Há duas variedades nas quais o movimento é uniaxial: gínglimo ou articulação em dobradiça e trocóide ou articulação em pivô.
- Gínglimo ou Articulação em Dobradiça: as superfícies articulares permitem movimento em um só plano. As articulações são mantidas por fortes ligamentos colaterais. Exemplos: Articulações interfalangeanas e articulação úmero-ulnar.
- Trocóide ou Articulação em Pivô: Quando o movimento é exclusivamente de rotação. A articulação é formada por um processo em forma de pivô rodando dentro de um anel ou um anel sobre um pivô. Exemplos: Articulação rádio-ulnar proximal e atlanto-axial.
 Articulação Biaxial - Quando uma articulação realiza movimentos em torno de dois eixos (2 graus de liberdade). As articulações que realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a rádio-cárpica (articulação do punho) são biaxiais. Há duas variedades de articulaçõees biaxiais: articulações condilar e selar.
- Articulação Condilar: Nesse tipo de articulação, uma superfície articular ovóide ou condilar é recebida em uma cavidade elíptica de modo a permitir os movimentos de flexão e extensão, adução e abdução e circundução, ou seja, todos os movimentos articulares, menos rotação axial. Exemplo: Articulação do pulso.
- Articulação Selar: Nestas articulações as faces ósseas são reciprocamente côncavo-convexas. Permitem os mesmos movimentos das articulações condilares. Exemplo: Carpometacárpicas do polegar.
 Articulação Triaxial - Quando uma articulação realiza movimentos em torno de três eixos (3 graus de liberdade). As articulações que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a rotação, são ditas triaxiais, cujos exemplos típicos são as articulações do ombro e do quadril. Há uma variedade onde o movimento é poliaxial, chamada articulação esferóide ou enartrose.
- Articulação Esferóide ou Enartrose: É uma forma de articulação na qual o osso distal é capaz de movimentar-se em torno de vários eixos, que tem um centro comum. Exemplos: Articulações do quadril e ombro.
Existe ainda um outro tipo de articulação chamada Articulação Plana, que permite apenas movimentos deslizantes. Exemplos: Articulações dos corpos vertebrais e em algumas articulações do carpo e do tarso.
Estruturas das Articulações Móveis
Ligamentos
Os ligamentos são constituídos por fibras colágenas dispostas paralelamente ou intimamente entrelaçadas umas as outras. São maleáveis e flexíveis para permitir perfeita liberdade de movimento, porém são muito fortes, resistentes e inelásticos (para não ceder facilmente à ação de forças.




Ligamentos do Joelho
Fonte: SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
Cápsula Articular
É uma membrana conjuntiva que envolve as articulações sinoviais como um manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna).
A membrana fibrosa (cápsula fibrosa) é mais resistente e pode estar reforçada, em alguns pontos por feixes também fibrosos, que constituem os ligamentos capsulares, destinados a aumentar sua resistência. Em muitas articulações sinoviais existem ligamentos independentes da cápsula articular denominados extra-capsulares ou acessórios e em algumas, como na articulação do joelho, aparecem também ligamentos intra-articulares.
Ligamentos e cápsula articular tem por finalidade manter a união entre os ossos, mas além disso, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais.
A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular e forma um saco fechado denominado cavidade sinovial. É abundantemente vascularizada e inervada sendo encarregada da produção de líquido sinovial. Discute-se que a sinóvia é uma verdadeira secreção ou um ultra-filtrado do sangue, mas é certo que contém ácido hialurônico que lhe confere a viscosidade necessária a sua função lubrificadora.
Discos e Meniscos
Em várias articulações sinoviais, interpostas as superfícies articulares, encontram-se formações fibrocartilagíneas, os discos e meniscos intra-articulares, de função discutida: serviriam a melhor adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as congruentes) ou seriam estruturas destinados a receber violentas pressões, agindo como amortecedores. Meniscos, com sua característica em forma de meia lua, são encontrados na articulação do joelho. Exemplo de disco intra-articular encontramos nas articulações esternoclavicular e ATM.

Meniscos do Joelho

Disco da ATM
Bainha Sinovial dos Tendões
Facilitam o deslizamento de tendões que passam através de túneis fibrosos e ósseos (retináculo dos flexores de punho).

Bainhas Sinoviais
Palma da Mão


Bainhas Sinoviais
Dorso da Mão

Bolsas Sinoviais (Bursas)
São fendas no tecido conjuntivo entre os músculos, tendões, ligamentos e ossos. São constituídas por sacos fechados de revestimento sinovial. Facilitam o deslizamento de músculos ou de tendões sobre proeminências ósseas ou ligamentosas.

Bolsas (Bursas) Sinoviais do Ombro




Bolsas (Bursas) Sinoviais do Ombro

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