sexta-feira, 20 de março de 2015

MÁXIMO ACEITÁVEL DE GLICOSE NO SANGUE

Médicos baixam índice de glicose aceitável para evitar doenças em pré-diabéticos
Em 15 anos o índice do pré-diabetes caiu de 140 para 99; ao entrar nessa faixa, rim e olhos já podem sofrer lesões
Elioenai Paes | 21/07/2014 08:00:49 - Atualizada às 24/07/2014 13:29:49
Foto: Getty Images
Mudança de hábitos pode dificultar a progressão da doença ou até mesmo revertê-la
Parece exagero o valor de referência do pré-diabetes cair, dentro de 15 anos, de 140 para 99. Mas não é. Estudos mostraram que o organismo já começa a ser lesado quando a glicose em jejum passa de 99 e o resultado da hemoglobina glicada, hoje considerado o teste mais fidedigno do diabetes, vai além de 5,7%. O sofrimento dos tecidos é silencioso, mas os rins já começam a ter alterações e elevam-se os riscos de problemas nos microvasos da retina, o que pode levar à perda de visão total.
Leia: Diabetes descontrolada é responsável por 80% das doenças da retina
Como forma de prevenção e não por sintomas ismo médico", os valores de referência baixaram. O endocrinologista do Hospital Villa-Lobos Vinicius Eduardo D’Andrea explica que esses valores servem para nortear um tratamento e estipular o ponto de corte para começar os cuidados. Segundo ele, o estudo UPKDS, feito na Grã-Bretanha durante 20 anos, mostrou o surgimento de doenças em quem apresentava glicose a partir de 99 - o que na época não era considerado pré-diabetes - e norteou a decisão de baixar esses valores de referência.
Muita calma nessa hora
Apesar do perigo, quem recebe a notícia de que está com pré-diabetes não precisa se desesperar. Nessa fase, felizmente, não é preciso usar medicamentos, apenas mudar os hábitos de vida. O recomendável é trocar carboidratos simples por integrais (eles retardam a absorção de açúcar no organismo), fazer exercícios físicos e, em casos de sobrepeso ou obesidade, emagrecer.
Mexa-se: Exercício é tão eficaz quanto remédio para algumas doenças, diz estudo
No Brasil, mais da metade da população está em sobrepeso (IMC de 25 a 30) ou obesa (IMC superior a 30), o que leva a um aumento da doença, explica Airton Golbert, endocrinologista membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Por isso, mesmo que o diabetes esteja sendo diagnosticado precocemente, os casos não param de crescer.
Veja 11 sintomas de que você pode estar com diabetes:
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Estima-se que no Brasil existam cerca de 11 milhões de diabéticos, sendo que 3,5 milhões não sabem que têm a doença
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Exame da hemoglobina glicada
É possível que alguém já tenha tentado abrir o próprio exame de diagnóstico de diabetes e tenha ficado confuso. Pode acontecer de a glicemia em jejum estar dentro dos padrões, mas a hemoglobina glicada não, configurando o pré-diabetes ou diabetes. Mas como isso acontece?
Leia: Em idoso, remédio para diabetes pode causar mais efeito colateral que benefício
O exame de sangue que indica os valores da hemoglobina glicada é o padrão-ouro em diagnóstico. “A glicemia em jejum é uma ‘fotografia do momento’, a hemoglobina glicada é como um vídeo, que mostra o comportamento ao longo de três meses”, explica oendocrinologista Fadlo Fraige Filho. Dessa forma, aquela clássica dieta que muitos fazem uma semana antes do exame não vai alterar em nada no diagnóstico do diabetes, já que a avaliação da hemoglobina glicada tem o histórico dos últimos 3 meses.
Devido à importância do assunto, Fraige Filho prefere chamar a pré-diabetes como "início da doença." "Essa terminologia 'pré' se entende como situação prévia. Se sou pré, eu não sou. É uma terminologia inadequada. Prefiro chamar isso de início da doença porque já podem aparecer sintomas."( vamos pedalar).

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