quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O PAPEL E A DIDÁTICA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA (PARTE 2)

 Segundo Libâneo no que diz respeito ao ensino da Educação Física especificamente, o escolanovismo propiciou as condições necessárias para que alguns professores escondessem suas dificuldades profissionais. Por não dominar o conteúdo da Educação Física, desconhecer suas metodologias de ensino, ou, ainda, por não ter compromisso político com seu trabalho docente, em alguns casos, o professor de Educação Física acaba se tornando um "especialista em relações humanas", acreditando que se"ausentar[nos pseudo debates] é a melhor forma de respeito e aceitação plena do aluno". Justifica sua "ausência" alegando que toda  intervenção é ameaçadora, o resultado de uma aula é muito parecido ao de uma boa terapia de grupo: boa aula é aquela que permite ao aluno uma verdadeira purificação pessoal (Catarse). A não atividade abandona os alunos a seus próprios desejos, como se eles tivessem uma tendência espontânea a alcançar os objetivos esperados da educação.[...] As Tendências espontâneas e naturais não são "naturais" , antes são tributárias das condições de vida e do meio (LIBÂNEO, 1986, p. 41).
A Educação Física pedagogicista (1945-1964), versão escolanovista da Educação Física, postulava a necessidade dessa disciplina ser entendida pela sociedade como uma prática prioritariamente educativa. Como algo útil para a sociedade era "capaz de promover a Educação Física do homem brasileiro, respeitando suas peculiaridades culturais, físico-morfologicas e psicológicas". (GHIRALDELLI JÚNIOR,1994, p. 19), mantendo-se acima das questões políticas e das contradições de classes.