Resumo:
O presente estudo exploratório consiste numa abordagem qualitativa com
base em pesquisa bibliográfica, justificado pela necessidade de atuação dos
profissionais em Educação Física na orientação e prescrição dos exercícios
físicos direcionados a pessoas idosos, levando em conta o envelhecimento é um
processo progressivo e dinâmico, e ao mesmo tempo complexo nas suas
modificações que envolvem mudanças morfológicas. Inserido nesse quadro
transições demográficas e epidemiológicas, o Educador Físico detém um papel
fundamental na orientação de atividades físicas voltada para esta faixa etária
na melhoria da qualidade de vida e na inserção destes em programas de atividade
física.
Método:
O presente estudo exploratório consiste numa abordagem qualitativa com
base em pesquisa bibliográfica, proporcionando com isso maior familiaridade do
assunto abordado e buscando identificar na literatura afim os fatores que
contribuem para compreensão da temática abordada (Gil, 2007). A justificativa
baseia-se na necessidade de atuação dos profissionais em Educação Física na
orientação e prescrição dos exercícios físicos direcionados às pessoas idosas
que possam contribuir na melhoria da qualidade de vida deste público alvo.
Discursão:
Nas ultimas décadas, verifica-se um aumento exponencial na taxa de
envelhecimento no mundo e principalmente no Brasil. Estimasse que a população
com 60 anos ou mais ultrapasse dos atuais 13% para 26,7% da população
brasileira (58,4 milhões) em 2060, estima-se um aumento na expectativa média de
vida do brasileiro de 75 anos para 81 anos (IBGE, 2010). “As alterações na
dinâmica populacional são claras, inequívocas e irreversíveis. Desde os anos
1940, é entre a população idosa que temos observado as taxas mais altas de
crescimento populacional” (KÜCHEMANN, 2012, p.165).
As mudanças demográficas decorrentes nas últimas décadas têm seus
fatores ancorados no “declínio das taxas de mortalidade e, mais recentemente,
também nas suas taxas de fecundidade. Esses dois fatores associados promovem a
base demográfica para um envelhecimento real dessas populações” (RAMOS, VERAS,
KALACHE, 1987, p. 211). Com isso, evidencia-se juntamente com o aumento da
expectativa de vida dos brasileiros, uma prevalência das doenças crônicas
degenerativas, tais como doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doenças
respiratórias crônicas (Malta et al, 2006), ocorrendo mudanças no perfil dos
serviços públicos de saúde.
Para Meireles (1999), o envelhecimento é um processo progressivo e dinâmico,
e ao mesmo tempo complexo nas suas modificações que envolvem mudanças
morfológicas, psicológicas e funcionais que se estende do nascimento à velhice,
determinando a capacidade de adaptação ao meio quanto aos processos
patológicos. Para Zimerman (2000), o desgaste do organismo com o passar dos
anos é inevitável, apesar da velhice não ser uma doença é uma fase na qual o
ser humano fica mais suscetível.
Mazo et al (2007) ressalta que a diminuição da capacidade funcional de
realizar atividades da vida diária é consequência da vulnerabilidade às
agressões intrínsecas e extrínsecas do organismo, a dependência tanto parcial
quanto permanente tem ocorrido por incidências de quedas, gerando um alto custo
nos tratamentos médicos devidos a extensos períodos de internação e
reabilitação com maior risco de morte.
O Educador Físico nesse cenário de transições epidemiológicas detém um
papel fundamental na orientação de atividades físicas voltada para esta faixa
etária, contribuindo para a realização correta dos exercícios físicos,
amenizando com isso, o risco de lesões. Tendo em vista que com a senescência
observasse nas estruturas musculoesquelética, “uma diminuição na velocidade de
contração muscular e uma atrofia das fibras que compõem esses músculos. Há,
então, uma perda de massa muscular total. Tanto a força física quanto a
capacidade de gerar trabalho são menores nos idosos” (Pont Geis, 2003, p. 24).
Segundo Melo et al (2009), para avaliar a saúde do idoso é preciso
analisar os fatores biológicos, psicológicos e socioculturais. Contudo, o
profissional em saúde tem papel importante nos métodos para avaliação física e
elaboração de exercícios físicos, objetivando a prevenção e controle das
doenças crônicas não transmissíveis, tendo como um dos principais desafios, o de
incorporar e estimular práticas de vida saudáveis. Siqueira et al (2009)
adverte que quando comparado aos índices Norte Americanos de aconselhamento
educativo para a prática de atividade como promotora da saúde, os das unidades
básicas de saúde no Brasil são baixíssimos.
No entanto, a prática regular de atividade física realizada sob
orientação de um profissional em Educação Física aliada a uma dieta balanceada
têm apresentado excelentes benefícios na melhoria das condições de saúde dos
idosos com manutenção da massa muscular e da massa óssea, prevenindo estes
idosos das doenças crônicas degenerativas (Manzo et al, 2007).
A diminuição significativa na capacidade e aumento na demência e na
depressão, têm levando os idosos a perda da independência e consequentemente
uma diminuição da autonomia com implicações significativas na autoestima
(Benedetti, 2008), como também uma melhor ressocialização tanto no eixo
familiar quanto na sociedade, que ora não vê o mesmo como gasto socioeconômico.
A atenção voltada a estas pessoas pelo profissional que atua nesta área
demanda não só uma particularização de exercícios especificamente voltados para
este público alvo, mas de atividades que venham contribuir na melhoria da
autoestima, no bem-estar psicossocial e ate mesmo na reinserção desses idosos
no convívio social. “Afinal, o atendimento ao idoso já se coloca entre os
principais problemas de saúde pública, não apenas nos países desenvolvimento,
mais também naqueles em desenvolvimento, como o Brasil” (SENE et al, 2011).
A idade cronológica muitas vezes não vem a ser um fator decisivo para
definir o envelhecimento de uma pessoa, mas deve ser observado como um fenômeno
natural que se defronta com limitações biológicas e socioeconômicas. “No
processo de envelhecimento ocorrem alterações nos diversos sistemas, que variam
de pessoa para pessoa, podendo depender de fatores como hábitos posturais,
alimentares, genéticos, sedentarismo, enfim, torna-se evidente que o hábito de
vida é a variável que pode ser controlada, uma vez que a genética é determinada
por meio da herança” (SENE et al, 2011).
No entanto, a prática regular de atividade física colabora para uma
melhora da postura corporal, aumento da força muscular e melhora do controle
motor e no bem-estar psicológico pela reinserção deste idoso ao convívio social
(Melo et al, 2009). O exercício físico torna-se um componente de grande
importância na melhoria da qualidade de vida à terceira idade, observando-se
uma redução da idade biológica, alguns casos, em mais de vinte anos (Ferreira,
2007).
As práticas de atividades físicas regulares voltadas para a manutenção e
tonificação muscular, melhora da coordenação, do equilíbrio e da flexibilidade
tem contribuído para prevenção de acidentes, tendo em vista que os idosos
poucos ativos tem uma tendência maior a quedas, pela debilidade do sistema
sensório-motor e instabilidade postural e consequentemente pela “alimentação
incorreta e a falta de exercício físico aceleram e agravam a perda da
mineralização óssea (processo osteoporótico), os ossos ficam, portanto, mais
frágeis, e o risco de fratura, muito maior”. (PONT GEIS, 2003, p. 24).
Conclusão:
Evidencia-se com estas informações básicas relacionadas às transições
demográficas e mudanças no perfil epidemiológico dos idosos, uma melhora das condições
de saúde quando estes estão inseridos em programas de atividade física
orientados por um profissional capacitado. Os Educadores físicos devem buscar
orientar os idosos a incorporar prática de vida saudável, planejando e
prescrevendo exercícios físicos buscando a resistência muscular e
cardiovascular, com aumento da flexibilidade, da força e equilíbrio, melhorando
a agilidade e a coordenação, bem como a realização das atividades da vida
diárias básicas (Sene et al, 2011).
Estas atividades físicas têm como objetivo primordial melhora da
capacidade cardiorrespiratória, aumento da força muscular e da flexibilidade,
aliado a mudanças de hábitos alimentares na adoção de uma dieta balanceada que
auxiliam a retardar os efeitos do envelhecimento e que as atividades físicas
proporcionem bem estar e ao mesmo tempo aumento da Independência nas atividades
da vida diária e uma melhor qualidade de vida desses idosos quando inseridos em
programas de atividade física.
Referências:
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MEIRELES, M. E. A. Atividade Física
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RAMOS, L. R.;
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